A rotina que sabe bem

A rotina e os afetos.

Há quem deteste a rotina.

Há quem não goste de fazer duas vezes a mesma coisa. Sente-se cansado do mesmo trabalho, da mesma vida de casa, das mesmas pessoas, do mesmo companheiro todos os dias...

Até pode ser verdade! Até pode causar cansaço... 

Mas, na minha opinião, esta rotina até pode saber bem.

Se colocarmos em cada uma dessas "tarefas rotineiras" um pouco de afeto e algum positivismo, tudo pode ser diferente.

Preparar o pequeno-almoço para a família pode deixar de ser uma tarefa chata e passar a ser uma tarefa maravilhosa. Pai, mãe e filhos reunidos à mesa para tomar o pequeno-almoço é uma benção que, infelizmente, nem todas as pessoas têm.

Fazer as compras no supermercado é, quase sempre, uma tarefa aborrecida, concordo, e stressante, mas se pensarmos que muitas pessoas adorariam estar no nosso lugar, talvez pensemos de outra forma... quantas gostariam de ir às compras e não vão porque não têm dinheiro?

O mesmo se passa com o trabalho. Quantas pessoas adorariam levantar cedo todos os dias para ir trabalhar e não têm para onde ir porque não têm trabalho?

Pois é, quem tem rotinas de vida deve agradecer em vez de lamentar.

Além disso, toda a rotina deve ser acompanhada de afeto.

Na hora do pequeno-almoço deve haver amor à mesa, deve haver diálogo e, sobretudo, boa disposição.

Dar os bons dias à porteira, à empregada da limpeza, aos colegas de trabalho, aos superiores devem ser gestos de carinho. Lutar pela harmonia no trabalho deve ser a melhor rotina do dia.

Nos afazeres domésticos deve haver carinho ao cuidar da roupa e da comida.

Na vida íntima, fazer amor não deve ser visto como rotina, muito menos física. Fazer amor deve mesmo ser um momento de afeto, de amor, de carinho.

Quem não gosta destas rotinas?

Eu não acho que as pessoas se fartem da rotina. Acho que as pessoas que dizem estar fartas da rotina, na verdade estão fartas da falta de afeto!